quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Produção e Consumo de Alimentos em Propriedades Rurais no Sertão de Pernambuco

 


RELATO ORAL SOBRE AS FAZENDAS VARZINHA E SANTA MARIA ENTRE OS ANOS DE 1935 E 1965

AUTOR: EDUARDO GAZAL (2015)


RESUMO

Em entrevistas concedidas por Thereza Soares da Silva, relatando fatos sobre a produção e consumo de alimentos em propriedades rurais no sertão pernambucano, o presente estudo registra um pouco da culinária sertaneja. Engloba aspectos culturais e econômicos, utilização de ingredientes e resgata algumas receitas. Mapeia também a produção doméstica de alimentos destinados à manutenção da vida humana e apresenta produtos alimentícios artesanais que geravam renda financeira às famílias.
O estudo teve inspiração literária a partir de relatos narrados por Luís da Câmara Cascudo em seu livro História da Alimentação no Brasil. A depoente conviveu com a realidade de propriedades rurais nas cidades de Sertânia e Afogados da Ingazeira, localizadas no Sertão de Pernambuco, entre os anos de 1935 e 1965. A partir deste cenário, podemos futuramente elaborar um estudo mais aprofundado, comparando a realidade da época retratada com os dias atuais.

Palavras-chave: Gastronomia sertaneja. Alimentos do sertão. Fazendas sertanejas. Culinária sertaneja.



ABSTRACT

The present work reports on the Sertanejo culinary from interviews of Thereza Soares da Silva, an 87 years old native the town of Afogados da Ingazeira in the Sertão of Pernambuco State in Northeastern Brazil. It covers cultural and economic aspects of food production and usage of ingredients in the Sertanejo culinary. Furthermore, it rescues ancient family recipes which were artesanally produced in the Engenhos. It also reports on the domestic production of food for economic survival of families in the region. The conception of this research work is inspired by the work of  Luís da Câmara Cascudo in the book entitled História da Alimentação no Brasil. The oral accounts cover the period of 1935 to 1965. This report is expected to serve as the basis for an in depth comparison of ancient and modern Sertanejo culinary costumes




INTRODUÇÃO
       
    A preservação da memória, o registro de hábitos alimentares e produtos consumidos à época são os objetivos deste trabalho.
    Tem como base relatos prestados por Thereza Soares da Silva, que conviveu com a realidade de duas propriedades rurais entre os anos de 1935 e 1965.
    Nascida em 1928, no Estado da Paraíba, a depoente vivenciou por três décadas a realidade de fazendas situadas no sertão pernambucano.
    A oralidade é fator preponderante deste estudo, preservando experiências reais vividas naquela época e naquele contexto.
    O trabalho consegue identificar alimentos produzidos nas regiões estudadas, tanto em regime de abundância de água quanto nas épocas de contingência deste recurso natural.
    Também aborda hábitos alimentares, utensílios domésticos, fabricação de produtos alimentícios e mostra a diversidade e riqueza do sertão nordestino.
    A literatura fala pouco sobre a região pesquisada. Existem poucos estudos e bibliografias referentes à temática, carência ainda maior quando o enfoque é a região específica deste trabalho.
    Como base bibliográfica, a obra que norteia este estudo é o livro História da Alimentação no Brasil, de Luís da Câmara Cascudo.
    Trabalhos acadêmicos contribuíram para elucidar e fundamentar essa análise e também serviram para embasar questionamentos na fase de pesquisa e coleta de dados.
    A relevância deste trabalho está na necessidade de enriquecer, com informações precisas, estudantes e pesquisadores interessados na origem da gastronomia sertaneja de Pernambuco. Dentz, (2011), menciona em uma publicação acadêmica:

Estudos sobre gastronomia no meio acadêmico são recentes, e uma vez verificando-se o período, observa-se que os interesses se originam com o crescimento da oferta de cursos de bacharelado em Turismo, e de cursos para técnicos e tecnólogos em Gastronomia nas universidades e centros universitários do Brasil. (DENTZ, 2011)


COLETA DE DADOS

    A metodologia utilizada para obter as informações necessárias à realização deste estudo foi a da entrevista padronizada, com roteiro previamente estabelecido de perguntas.                 
    Entre os meses de setembro de 2014 e março de 2015, ocorreram várias conversas com o objetivo de conseguir informações sobre a realidade vivida nas propriedades rurais.

    As perguntas elaboradas foram as seguintes:             
    Qual o horário das refeições e o que era servido?
    Quais animais destinados ao consumo humano eram criados nas propriedades?
    Quais espécies vegetais eram cultivadas e se aplicavam à manutenção da vida dos moradores?
    Quais alimentos eram comprados para abastecimento humano?

    Durante as entrevistas obtive relatados importantes que complementavam as perguntas previamente elaboradas. Foram registrados com o objetivo de documentar hábitos e métodos de produção de alimentos daquela época e apresentados nos apêndices deste estudo.



RESULTADOS

    Os depoimentos colhidos nas entrevistas foram o eixo principal para a coleta de dados deste estudo. São relatos que merecem ser preservados, devido à época que ocorreram e também a região do sertão nordestino que retratam.
    A entrevistada é uma testemunha da história e o fato de conviver em nossos dias acrescenta a este estudo um fator relevante e de máxima importância para a documentação histórica da gastronomia.

    Veremos a seguir as respostas obtidas através das entrevistas:

    Em relação aos horários das refeições e o que era servido foi apurado que aproximadamente às cinco horas era servido o café da manhã.
    Geralmente composto de coalhada escorrida com nata e açúcar ou coalhada fresca com rapadura.        Bolacha D’água, cuscuz com ovos, leite de vaca fervido e café preto, completavam a primeira refeição.
    Sobre a coalhada e sua importância ao sertanejo, menciona Cascudo (2007):             

O leite coalhado é imemorial, saboreado na Grécia e Roma, apreciado pelos deuses olímpicos. Por toda a Ásia é conhecido, do sul, centro e norte, acidulado com essências aromáticas ou in natura, como se usa no Brasil inteiro. (CÂMARA CASCUDO, 2007, p. 27)

    Em outra menção do autor versando sobre a coalhada temos este trecho:

Os caçadores árabes e asiáticos levavam-na em sacos de couro, como o sertanejo brasileiro a guarda para fazer o queijo. Era alimento refrescante e tonificador. (CÂMARA CASCUDO, 2007, p.27).

   O almoço, servido aproximadamente às onze da manhã, principal refeição do dia, apresentava uma combinação de receitas e ingredientes que podemos resumir assim:
    Entre os alimentos de origem vegetal, diariamente eram servidas as seguintes opções: feijão macassar acompanhado de arroz branco escorrido ou arroz de leite. Os tubérculos como a macaxeira, inhame ou batata doce, eram previamente cozidos como manda a tradição culinária nordestina.      Alface e tomate cereja eram consumidos in natura, temperados com vinagre e sal.
    A farinha de mandioca originava a farofa de raspa de tacho, que surgia da mistura com a borra que se formava nas assadeiras de queijo manteiga. Havia também a farofa d´água que era resultante da adição de manteiga de garrafa, cebola e cebolinha à farinha de mandioca.
    O consumo de carnes era obrigação diária na composição do cardápio sertanejo.
    As fazendas se destinavam ao pastoreio bovino. Porém, o consumo de carne bovina fresca ou verde como é chamada no Nordeste do Brasil não existia. A carne de sol era utilizada com muita frequência.
    Os caprinos eram muito apreciados devido à facilidade de adaptação ao ambiente árido do Sertão. Receitas como o bode guisado e o bode assado eram comuns no dia a dia.
    A criação de suínos era importante para a manutenção da vida humana, além de fornecer renda extra para o custeio das propriedades. Receitas como o porco guisado e porco assado eram costumeiras. Em dias de festa ou domingos aparecia o pernil assado ou a buchada de bode.
    As aves eram consumidas em dias comuns e em ocasiões especiais. Galinha guisada era prato corriqueiro. Pato assado e perua recheada compunham o cardápio dos domingos.
    Havia também receitas de frango capado e galo capão. Um cuidado especial era necessário para manter a qualidade destas aves. Aproximadamente três dias antes da sua utilização culinária, a aves eram retiradas do terreiro e confinadas em galinheiros. Alimentadas com milho apenas, passavam por um processo de purificação e só então eram consumidas.
    Miúdos de galinha eram preparados em forma de guisados.
    Na fazenda Varzinha encontrava-se um dos principais açudes da região. A pesca era praticada como atividade de lazer. Consequentemente os peixes capturados transformavam-se em excelentes quitutes para os domingos.                 
    Sobre os peixes e os açudes, encontramos uma esclarecedora referência de Cascudo (2007), onde o hábito da pescaria, além de fornecer alimento muito apreciado, era motivo de encontro entre famílias e amigos:

Depois da construção dos açudes, 1918 em diante, em certa época do ano faziam pescarias, diurnas ou preferencialmente noturnas, quase uma festa. (CÂMARA CASCUDO, 2007, p. 665)


    Antes das refeições, a cachaça era a bebida predileta, saboreada com gotas de limão.
    Durante as refeições se bebia apenas água. Após o almoço sempre era servido o café preto. 
    As fazendas recebiam vinho da marca Tito Silva, provenientes da cidade de João Pessoa no Estado da Paraíba. 
    O único licor fabricado nas propriedades era feito a partir do café.

    Aproximadamente às quinze horas havia a merenda ou lanche da tarde.
    Bolos de milho e macaxeira eram os mais comuns. Pão-de-ló, bolo feito com farinha de trigo aparecia à mesa com menos frequência, mas era muito apreciado. Em seu livro a Saga do Açúcar, Quintas (2010) enaltece o Pão-de-ló.

O pão-de-ló é no Nordeste um clássico, como em Portugal continua sendo; nunca perdeu seu reinado, desde sempre esteve na hierarquia das melhores casas lusitanas.(QUINTAS, 2010, p.218)

    Os bolos eram servidos acompanhados de queijo manteiga.
    Banana da terra cozida e frutas in natura tinham presença obrigatória. Caju, goiaba, jaca, manga e graviola eram as mais consumidas. O doce de goiaba era o mais apreciado.
    Não havia o costume de consumir sucos, porém o sumo da graviola era bebida conhecida. Café preto e leite de vaca completavam a merenda.

    O jantar ou ceia noturna era servido por volta das dezoito horas. Cuscuz com leite e nata, macaxeira cozida com manteiga de garrafa eram corriqueiros. Coalhada escorrida com nata e açúcar era receita diária. As carnes de bode assado ou guisado eram as opções de proteínas para a noite. Os bolos de macaxeira ou de milho eram saboreados com fatias de queijo manteiga. Para beber café preto.
    Por volta das vinte e uma horas, algum dos doces da merenda, acompanhados de abacaxi in natura, determinavam a derradeira etapa da alimentação diária.
    Sobre o horário das refeições, escreve Cascudo (2007) em História da Alimentação do Brasil:

A divisão do tempo para alimentar-se provirá do estabelecimento regular da agricultura; a partida matinal, o regresso  ao meio dia, e a recolhida nas primeiras horas noturnas.(CÂMARA CASCUDO, 2007).

    Em resposta sobre o questionamento a respeito dos produtos produzidos nas fazendas, obtive os seguintes dados:
    Alguns produtos eram manufaturados nas propriedades. O chouriço de porco na versão adocicada era um deles. A manteiga acondicionada em latões de vinte litros também contribuía com a arrecadação das propriedades.
    As propriedades rurais descritas neste estudo eram produtivas e garantiam quase totalmente a provisão de alimentos para os proprietários, seus familiares e trabalhadores. A necessidade de aquisição de gêneros alimentícios era relativamente pequena.
    Nos períodos de estiagem a ração diária e a variedade de alimentos sofriam restrições severas. Para conviver com a realidade sertaneja foram construídos silos de armazenagem para grãos de milho e feijão.
    As construções demonstravam como as fazendas eram modernas para a sua época.
    Sobre os depósitos para guardar grãos, Cascudo (2007) relatava no século passado:

Relativamente modernos são os silos armazenadores de grãos. Compram feitos, armando-os nos locais apropriados ou improvisam, com folha-de-flanders. São métodos de adaptação e não de tradição. (CÂMARA CASCUDO, 2007, p. 430)

     Apenas a carne de sol era comprada nas feiras, os outros alimentos de origem animal eram oriundos das fazendas e abasteciam as casas dos proprietários e funcionários, garantindo o suprimento nutricional dos seus habitantes. Sobre a importância da carne de sol para o povo nordestino, menciono Recine e Radaelli em trabalho escrito como apoio à série TV Escola do Ministério da Saúde:

A carne de sol é alimento indispensável no Nordeste e parece ter tido origem no hábito indígena de assar a caça para conservá-la por algumas semanas. A industrialização da carne de sol, comum no Rio Grande do Norte e Ceará, teve início no final do século XVII (RECINE e RADAELLI, p. 23)

    Entre os alimentos de origem vegetais consumidos, a necessidade de aquisição se resumia aos seguintes itens: farinhas de trigo e de mandioca, arroz e açúcar.
    Os grãos de café eram provenientes da cidade de Taquaritinga do Norte, no Agreste de Pernambuco. Vinham de propriedades pertencentes ao avô da entrevistada.
    A aguardente de cana de açúcar e o vinho eram adquiridos no comércio local.
    O abacaxi não se aclimatava na região do Sertão, mas era muito apreciado e consumido in natura, sendo comprado para o abastecimento dos residentes.



CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Embora a principal atividade mercantil das propriedades rurais fosse a criação de gado, identifiquei uma variedade maior de gêneros alimentícios produzidos nas fazendas em relação ao que imaginei no início da pesquisa.                   
    Demonstra que a região quando abastecida de água ou em regime de chuvas, torna-se muito produtiva. A dieta é variada, possibilitando a elaboração de muitas receitas, garantindo a nutrição dos habitantes naqueles tempos.
    As fazendas eram pensadas para produzir durante todo o ano, respeitando as sazonalidades das espécies vegetais em épocas úmidas e secas.
    Comprava-se poucos alimentos em relação às necessidades diárias de suprimentos.
    Durante as conversas com a depoente, várias informações foram prestadas, acrescentando ao trabalho um conteúdo bastante abrangente.
    Espero que o presente estudo possa contribuir com questionamentos futuros e traga uma visão do que foi a alimentação naquela região.
    Acredito que, numa averiguação posterior em relação ao tema aqui abordado, seja possível um raciocínio mais aprofundado. Incluir a alimentação disponível aos empregados seria um bom tópico de investigação.
    Podemos também comparar a realidade da época retratada com os dias atuais. Tal comparação deveria ser feita em estudos posteriores para identificar semelhanças e diferenças importantes.
    Descobrir se tradições foram mantidas ou o tempo se encarregou de aniquilar hábitos e costumes, seria um excelente ponto de partida para um questionamento a respeito da região estudada.



APÊNDICES


APÊNDICE A – Relatos de temas variados

Durante as entrevistas surgiram fatos que fugiam às perguntas previamente elaboradas. Porém, são pertinentes ao tema principal. Devem ser registrados, objetivando a preservação histórica.

Relato sobre a estrutura das propriedades:
As propriedades rurais estudadas apresentavam diferenças estruturais dignas de nota.
Na fazenda Varzinha, durante muitos anos, encontrava-se o maior açude da região.
Alguns equipamentos e utensílios de cozinha, considerados modernos para a época, foram implantados nesta propriedade.
O fogão inglês, forjado em metal, contrastava com os lendários fogões à lenha manufaturados em tijolo e barro.
Era o início da modernização da cozinha, recebendo utensílios fabricados em indústrias onde o ferro aparece como principal elemento estruturador.
A geladeira à querosene, considerada um item de avanço tecnológico, foi introduzida na Varzinha.
Os silos de flanders, para armazenamento de milho e feijão, eram exemplos de ações de vanguarda.
Nesta propriedade se instalou uma edificação para produção de derivados do leite.
Era chamada casa do queijo.
Foi edificada em local distante em relação à casa da família.
Os objetivos eram os seguintes:
Afastar os fortes odores da produção do queijo e aproveitar o soro do leite, que seguia através de encanamentos para enriquecer a ração alimentar servida aos suínos
               

Relato sobre a louça inglesa:
Entre os presentes mais importantes para ofertar à dona da casa, estava o conjunto de peças de porcelana para café, almoço e jantar.
Anexei neste trabalho fotos de algumas peças da louça inglesa, que se mantém perfeitamente preservada.
Uma frase da depoente chama a atenção:
¨ Para onde íamos, a louça ia também ¨
Refere-se ao fato de acompanhar a família nas mudanças de uma propriedade para outra.



Relato sobre a produção de uvas no sertão nordestino:
Na fazenda Santa Maria foram introduzidas parreiras. A produção de uvas aparece em uma região onde seu cultivo seria pouco provável.
A depoente relata que era uma novidade para a época e recorda-se de colocar saquinhos de algodão, encobrindo os cachos ainda jovens, visando preservar a integridade e o crescimento sadio dos frutos.
A espécie cultivada era a uva verde de mesa.


Relato sobre a colheita da cana:
Os meses de setembro e outubro são marcados pela colheita da cana de açúcar.
Seu cultivo não era atividade de grande vulto, porém, bastava para refazer o estoque de rapadura.
Aproveitavam a moagem para sorver o caldo da cana como refresco.
A partir do melaço da cana aquecido poderia ser feito o alfenim, doce apreciado pelos jovens.
A sua feitura era dolorosa, o melaço quente era manipulado para dar forma aos docinhos.
A depoente declara:
“Ninguém queria fazer, era difícil aguentar o calor, dava calos nas mãos”


Relato que insere as propriedades dentro de um contexto ecológico evoluído para sua época:
Eram proibidas derrubadas de árvores como a quixaba e o umbuzeiro.
A caça de animais de grande porte não era permitida nas propriedades. O veado da caatinga era um exemplo.
A colheita de mel era feita na época de floradas das espécies vegetais nativas.
As abelhas são muito abundantes no ambiente sertanejo. Não havia a necessidade do confinamento das abelhas em caixas.
Para evitar que o gado fosse se multiplicando através das gerações, carregando a mesma informação genética, os touros reprodutores, eram trocados entre os fazendeiros da região.
Aproveitando a baixa das águas dos açudes, se intensificava a produção de vegetais. O solo úmido propiciava o plantio das hortas evitando a necessidade de irrigação.


Relato sobre a venda de goiabas para a fábrica denominada Peixe na cidade de Pesqueira:

Na fazenda Varzinha, o cultivo de goiabeiras era importante para a família.
A produção dos frutos possibilitava excelente renda.
As cargas de goiabas in natura tinham destino certo: a fábrica Peixe.
Durante muitos anos a fábrica foi responsável pela industrialização de doces e gerava empregos para habitantes da cidade e municípios vizinhos.



APÊNDICE B – Frases pronunciadas pela entrevistada

 Algumas frases pronunciadas pela entrevistada durante as conversas:
. Água para matar a sede e depois café.
. Naquela época tudo era difícil, mas dava de tudo.
. Não havia macarrão, pão se comprava somente aos sábados, na feira.
. A batata doce era mais consumida que a macaxeira.
. Tempero de peixe é: sal, limão e cebola.
. A vida era muito sofrida, tinha época de feijão e milho. Isso porque papai guardava.
. Na moagem da cana o padre vinha rezar a missa.



APÊNDICE C – Receita

Chouriço Doce – Modo de preparar
Relatado por Thereza Soares da Silva

O saber fazer deste doce, disputado entre irmãos até as últimas colheradas, é o objetivo deste relato.
As proporções dos ingredientes ficaram em cadernos de receitas perdidos pelos familiares da depoente.
Porém, para registrar o modo de preparo, recorremos à memória de Dona Thereza Soares.
Segue o passo a passo da preparação desta iguaria:
O doce é feito a partir da junção de rapadura derretida e sangue de porco. A gordura da barriga do suíno era adicionada aos poucos.
Era elaborado em tacho de cobre que repousava sobre as chamas de um fogão à lenha.
Os três elementos básicos recebiam cravo, canela e pimenta do reino.
O tempo de preparo se aproximava ao intervalo entre o café da manhã e o almoço.
Havia a necessidade de revezamento entre as mulheres em volta da preparação do doce.
A colher de pau de cerca de um metro era essencial.
O ponto ideal para a finalização do doce assemelhava-se ao do doce de goiaba em pasta.
Alcançando esse ponto, o doce finalmente podia ser armazenado em latas ou potes de vidro.


ANEXOS

ANEXOS – Receitas e Trechos de Livros

Receita de Bolo de Milho – Açúcar.  p.103 – Gilberto Freyre
Escolhem-se 12 espigas de milho maduro: rala-se o milho e em seguida passa-se numa peneira de arame. Faz-se um angu da massa com o leite de 1 coco ( tirado com água ), 1 colher ( 50g ) de manteiga, um pouco de erva-doce e açúcar a gosto. Feito isto põe-se o angu numa caçarola e leva-se ao forno para cozinhar. Depois de cozido deixa-se esfriar na mesma caçarola. Quando estiver frio batem-se 4 ovos como para pão-de-ló e mistura-se ao angu. Em seguida põe-se o bolo numa fôrma untada com manteiga deitando-se por cima 1 colher de leite de coco puro. Leva-se ao forno quente para assar.


Receita de Doce de Goiaba em Calda – Açúcar. p.134 – Gilberto Freyre
Escolhem-se goiabas boas e maduras. Descascam-se. Parte-se cada uma ao meio com uma faca. Tira-se o miolo com o cabo de uma colher e metem-se então as goiabas dentro d’água e junta-se a calda. Leva-se ao fogo numa caçarola deixando-se cozinhar até que as goiabas fiquem macias. O ponto de calda pode ser de pasta ou fio brando, conforme o gosto.


Receita de Pão-de-Ló de Leite – Mini Culinária de Dona Zizi. p. 215
4 ovos
1 xícara (chá) de açúcar
1 xícara (chá) de leite quente
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
1 colher (sopa) rasa de fermento em pó
Bata as claras em neve, junte as gemas e o açúcar aos poucos, sempre batendo. Adicione o leite e bata mais um pouco. Quando a massa estiver bem fofa, peneire por cima a farinha e o fermento, misturando levemente sem bater. Asse em assadeira número 3 untada e enfarinhada, em forno médio (175 graus) por cerca de 30 minutos. Rendimento: 25-30 pedaços.



Trecho do livro A Saga do Açúcar de Fátima Quintas que menciona o Pão de Ló – p.183
                "SIRVA-SE DO PÃO DE LÓ QUE FOI ELA QUEM FEZ"
                Um dos mais antigos bolos na história da doçaria e, certamente, o mais antigo em Portugal, foi o pão de ló, um clássico; também um dos primeiros trazido pelo português para o banquete brasileiro. Servido como sobremesa – que sobremesa! –, e igualmente ofertado aos convalescentes. Considerado o mais histórico dos bolos caseiros no que se refere à tradição.
                 Importante salientar: o pão de ló manteve-se europeu em ambiente tropical americano, sem adequação da receita, tal qual o original, genuíno na sua maneira de fazer – inadaptável à farinha de mandioca, fiel aos ingredientes de sua composição, ovos, farinha de trigo, açúcar; jamais declinou da sua majestade.
               



Receitas de Bolo de Macaxeira
Fátima Quintas – A Saga do Açúcar, p.276 e p.282

RECEITAS TRADICIONAIS PERNAMBUCANAS DE TECA DA COSTA PINTO

BOLO DE MACAXEIRA
1kg de macaxeira, descascada, lavada e ralada; 1 coco grande ralado; 4 ovos inteiros; 2 colheres de sopa de manteiga; 800g de açúcar refinado; 1 colher de café de sal.
Modo de preparar
Rale a macaxeira, rale ou raspe o coco fininho. Misture bastante. Bata os ovos inteiros,misturando sempre. Acrescente o sal. Com o açúcar faça uma calda com 2 xícaras de água. Quando a calda estiver em ponto grosso, sem deixar esfriar, apague o fogo e coloque a manteiga. Assim que a manteiga derreter, ainda com a calda quente, misture com a macaxeira, o coco, os ovos e o sal. Em seguida aos poucos, passe tudo no liquidificador para ficar como uma pasta grossa. Depois asse em fôrma funda, untada de manteiga e polvilhada de farinha de trigo. Forno quente por mais ou menos 1 hora.


BOLO DE MACAXEIRA (NÚMERO 2 – RECEITA ANTIGA E SECULAR)
1 xícara de manteiga; 2 xícaras de açúcar refinado; 3 ovos inteiros; 1 coco grande retirado o leite sem água; 1k de macaxeira ralada, espremida e peneirada; 1 colher de café de sal.
Modo de preparar
Bata a manteiga com o açúcar até ficar um creme leve. Depois coloque as gemas peneiradas. Bata bastante. Em seguida, acrescente a macaxeira que deve estar pronta, o leite de coco e, por último, as claras batidas em neve. Misture tudo e leve para assar em fôrma untada de manteiga e polvilhada de farinha de trigo. Forno quente por mais ou menos 1 hora. É uma delícia esse bolo do tempo das nossas avós. Hoje dificilmente se faz.


Trecho do livro Açúcar de Gilberto Freyre, 5.ed, p.60
Na fase de transição do doce feito em casa para o industrializado – continuando a ser regional e tradicional, em vez de imitado do estrangeiro –, fase que o Nordeste há anos atravessa, já tendo na indústria anglo-recifense dos biscoitos Pilar uma indústria pioneira, nesse setor, e outra, na goiabada Peixe, podem animar aos nordestinos exemplos de grandes triunfos como os que nos chegam da atual Espanha.



Observações:
Resumo de trabalho acadêmico realizado em 2015.
Fotos: Eduardo Gazal / Louça Inglesa
A diagramação original deste trabalho foi alterada para possibilitar sua publicação em sites.

*publicação original - 2015

sábado, 23 de setembro de 2023

Aniversário do Anjo Solto, 27 anos


Você frequentou a Galeria Joana D'arc nos anos 1990?

Algum amigo ou parente andou em seus corredores?

Conheceu a Trama? Produtora de filmes que formou uma geração de cineastas e profissionais do audiovisual.

Frequentou o Guitarras? Bar de Cinval.

E o Satchmo, balançou o esqueleto no local?

Não?

Então, certamente a galeria te remete ao Anjo Solto.

Pimba. Acertei!

Pois é, o point mais descolado do Recife vai completar 27 anos de funcionamento no mesmo local.

Que bom, grande demonstração de longevidade e sempre se renovando.

Atualmente, agrega um espaço bem maior no contexto da galeria, mas continua charmoso, muito charmoso.


A boa nova é a seguinte: dia 29 de setembro vai rolar uma grande festa para comemorar os 27 anos do Anjo.

Que legal! Vida longa ao point mais chique da cidade.

Se liga e anote na agenda.



 


Serviço

A festa vai rolar no Anjo do Pina, na Galeria Joana D'arc. 


Endereço: Avenida Herculano Bandeira, 513 - Pina - Recife - PE

Recife - PE

Instagram: @anjosoltorecife - Consulta ao site, cardápio, carta de bebidas e eventos.

Ingressos: www.sympla.com.br



 



Fotos: Eduardo Gazal

terça-feira, 23 de maio de 2023

Festival Recife Love Burger 2023 - Conheça os (10+)

Durante os meses de abril e maio, o segmento dos Burgers na Região Metropolitana do Recife esteve bastante movimentado. 

Motivo: trinta estabelecimentos participaram da sétima edição do Festival Recife Love Burger. 

O festival aconteceu de 14 de abril até 14 de maio de 2023

Mais uma vez, seguindo a tradição do festival, a criatividade dos chefs foi colocada à prova para lançar um novo sanduba no cardápio. 

Preparação da Mangue Burger para o festival


O festival cumpriu bem o seu papel. Os participantes ganharam com a comercialização de produtos, divulgação das marcas e novos consumidores. 

O festival marcou a entrada da Gladiador Burger no segmento após um período de atendimento no regime de delivery

Agora, chegou o momento de apresentar o ranking das dez melhores casas para degustar um bom hambúrguer, através de uma avaliação feita por uma comissão julgadora e também pelo público, utilizando QR Codes exibidos em cardápios. Os critérios utilizados foram a produção e o sabor dos Burgers, batatinhas e acompanhamentos. O atendimento e higiene dos estabelecimentos também foram avaliados.

Produção da Pernambucano Burger para o evento

Os vencedores da sétima edição do Festival Recife Love Burger foram os seguintes: Boi Bread Burguer, Braga Burguers & Petiscos, Circo Burger, Gastro 1113 Hamburgueria, Geração Burger, Jader Hamburgueria, La Brasa Burger Recife, Mangue Burguer, Pernambucano Burguer e Skina Hamburgueria Artesanal. 

O produtor do festival, Júlio Samico, avaliou como positiva a participação das hamburguerias em mais uma edição do evento. "É sempre muito bom ver a movimentação das casas durante os trinta dias de festival. Especialmente para os proprietários dos negócios que procuram usar a criatividade para oferecer Burgers de qualidade e muito sabor", salientou Júlio.

Toda essa movimentação interna das hamburguerias refletiu externamente. Afinal, os hambúrgueres criados para o festival proporcionaram um aumento significativo no número de frequentadores de cada estabelecimento. "As casas elevaram 35% em média o número de clientes durante a duração do festival. Algumas casas conseguiram dobrar o faturamento. A gente fica muito feliz com tudo. Isso fortalece a marca de todos e fideliza a clientela", reforçou Samico.

Omaha Burger Artesanal em Candeias, Jaboatão dos Guararapes


Capacitação

Como já é tradição o Recife Love Burger abriu espaço para que os empresários do setor reciclassem os seus conhecimentos. A organização do evento promoveu um workshop, em parceria com o Sebrae. O consultor em marketing Márcio Borba realizou uma palestra sobre métodos de encantamento para atrair e fidelizar clientes, orientando sobre atendimento e gestão administrativa. "É a maneira que encontramos de oferecer mais conteúdo para quem busca espaço no empreendedorismo gastronômico. E a parceria com o Sebrae foi fundamental nesse sentido", acrescentou Júlio Samico em seus depoimentos.


Programa Mundo Limpo ASA / Festival Recife Love Burger

Através do  programa as hamburguerias realizaram o recolhimento do óleo comestível utilizado durante o evento e destinaram para o correto descarte ou utilização em novos produtos.

"Nos dias de hoje, a preocupação com o meio ambiente deve ser de todos. O programa Mundo Limpo ASA tem um processo de reciclagem de óleo muito especial e nos sentimos felizes em abraçar esse trabalho", destacou Samico.  

Agora, a expectativa dos amantes do Festival Recife Love Burger é a realização da oitava edição, que já tem data para acontecer em 2023. Será entre os dias 27 de outubro e 26 de novembro. 


Conheça os endereços das 10 melhores hamburguerias do Festival Recife Love Burger - lista em ordem alfabética


- Boi Bread Burguer - Rua Tenente Domingos de Brito, 1145 - Boa Viagem - Recife

Burguer: Mister Bryan - Pão, hambúrguer toscana de pernil 160g, cream cheese, vinagrete, bacon crocante, onion rings, molho de churrasco e barbecue. Acompanha batata frita extra crocante.


- Braga Burguers & Petiscos - Avenida São Paulo, 90 - loja 3 - Jardim São Paulo - Recife

Burguer: Braga Festival - Pão brioche, blend de 150g, queijo mozarela maçaricado, abacaxi caramelizado, granulado de castanha, bacon, maionese especial. Acompanha batatas fritas.


- Circo Burger - Av Barão de Vera Cruz, 504 - Cruz de Rebouças - Igarassu 

Burguer: Piolin - Pão tradicional, hambúrguer artesanal (100% bovino), fusão de queijo mozarela e blue cheese. Costelinha suína desfiada, alface, cebola brulée, tomatinho confit e molho circo, acompanhado com batata frita 7mm e potinho de molho Circo.


- Gastro 1113 Hamburgueria - Av Afonso Olindense 1279 A - Várzea - Recife

Burguer: Gastrô Love Costelinha - Blend 130g recheado com queijo mozarela, cream cheese temperado, costela suína ao molho barbecue, cebola caramelizada e molho da casa. Acompanha batatas fritas.


- Geração Burger - Estrada de Aldeia, Km 9,8 - Aldeia Boulevard Mall - Camaragibe

Burguer: Mega Parrilla - Pão brioche, blend de 220g preparado na churrasqfueira, bacon crocante, queijo maçaricado, alface, cebola caramelizada e maionese trufada. Acompanha batatas fritas.


- Jader Hamburgueria - Rua Real da Torre, 538 - Loja 05 - Madalena - Recife

Burguer: O Barão - Burger de 160g, crispy de queijo gouda, geleia de pimenta, bacon em cubo, alface e cebola caramelizada. Acompanha batatas fritas.


- La Brasa Burger Recife - Rua Santo Elias, 49 - Espinheiro - Recife

Burguer: Burger Cowboy - Pão brioche, maionese gourmet, burger de fraldinha 100g, catupiry, alho frito, carne de sol desfiada e couve crispy. Acompanha batatas fritas.


- Mangue Burger - Rua Rodrigo Otavio Filho, 101 - Pina - Recife

Burguer: Ciranda de Maluco - Hambúrguer de Marisco, com molho verde, cebola caramelizada, tomate temperado, salsa, cebolinha e pão de tomate. Acompanha batatas fritas.


- Pernambucano Burguer - Rua General Salgado, 535 - Setúbal - Recife

Burguer: Lampião - Burger de 160g, requeijão maçaricado, costela suína desfiada, crispy de cebola roxa, bacon em tiras e molho barbecue de goiaba da casa. Montado no pão brioche amanteigado. Acompanha batatas fritas.


- Skina Hamburgueria Artesanal - Rua Dr. Fábio Maranhão, 150 - Prazeres - Jaboatão dos Guararapes

Burguer: American Burguer - Pão de caixa amanteigado, 2 smashs, queijo prato, ovo, bacon, presunto de peito de peru, alface americana, tomate e maionese da casa. Acompanha batatas chips com Lemon pepper.


Saiba Mais

Conheça todos os participantes do festival, receitas e canais de comunicação.

Visite:

Love Burger Recife 2023 | Home (loveburgerfestival.com.br)


Produção do Hotel Ibis Boa Viagem

Conteúdo colaborativo - Coluna Web Gourmet / Festival Recife Love Burger

Fotos: Maria Eduarda Gazal / Eduardo Gazal

domingo, 9 de abril de 2023

Encontro Nacional Abrasel - Confira a edição 38, em Recife

Entre os dias 29 e 30 de março a cidade de Recife recebeu o "Encontro Nacional Abrasel" (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), evento itinerante que elegeu como objetivos principais apresentar e debater temas importantes para empresários, representantes do segmento de alimentação fora do lar e público engajado com temas relacionados à gastronomia. 



A coordenação do encontro foi viabilizada e executada através da Abrasel PE.

O evento apresentou palestras, bate-papos, aulas práticas e exposição de prestadores de serviços e marcas de interesse do setor.





O encontro foi realizado no Museu Cais do Sertão, espaço situado nas proximidades do Marco Zero da capital pernambucana.

O tema escolhido para o encontro foi “A Revolução na Alimentação Fora do Lar”, que teve como objetivo discutir as mudanças que o mercado sofreu durante a pandemia, mostrando tendências para os próximos anos.  

As palestras foram ministradas por especialistas no segmento A&B, aconteceram nos dois dias do evento e abordaram temas relevantes para o setor.




Os principais temas foram: gestão, eficácia de cardápios, marketing digital, redes sociais, aumento de lucro, saúde mental e delivery. 

Na área externa do museu foi montada a Arena Gastrô. O público conferiu práticas e tendências gastronômicas através de aulas-shows protagonizadas por chefs convidados. 





Os chefs responsáveis pelas apresentações foram os seguintes: Rapha Vasconcellos, César Santos, Anna Corinna, Beethoven Picuí, Lúcia Soares, Ana Karenina, Pedro Imperiano, Yanne Moraes e Marcela Soares. Algumas receitas, baseadas na culinária pernambucana, foram elaboradas para mostrar a criatividade dos chefs. Veja alguns exemplos: aligot de macaxeira com jerimum e carne de sol,  cheesecake de cartola e baião de dois com camarão e bacon.

César Santos


Anna Corinna


Lúcia Soares

O encontro contou também com um ambiente denominado "Salão Tech", espaço onde startups pernambucanas apresentaram soluções e suas aplicações para o food service, modalidade de encomendas e entregas que atendem as demandas dos pequenos negócios. 




Outro espaço criado para o encontro foi a "Varanda Experience", com degustações de produtos de parceiros do encontro. Participaram empresas nacionais e locais. Destaque para a Ambev, Wine Concept, Vinhedos do Vale de São Francisco, Dona Chita, Pitú e Atacamax.







Dentro das salas temáticas o "Salão Expo" foi organizado para empresas de diversos segmentos. Os expositores apresentaram seus produtos e serviços. Participaram nomes como o Rappi, Praso, 3LM, Produz, Macropac, Olho do Dono, Cota Compras, Face Ponto e Correta Contabilidade.


Produz - Espaço para atendimento presencial 


Após as consequências negativas que o setor de A&B enfrentou em decorrência do isolamento social, ocasionado pela pandemia da Covid19, o Estado de Pernambuco contabiliza aproximadamente 50 mil estabelecimentos formais no segmento da alimentação fora do lar.
Número representativo que merece atenção. Empregos diretos e também da cadeia de apoio representam muito para a economia pernambucana.
 

O encontro ainda recebeu, de forma privada, a reunião do Conselho Nacional da Abrasel, composta por representantes regionais e estaduais. Compareceram ao evento Paulo Nonaka, presidente da Abrasel e o presidente executivo da Abrasel, em nível nacional, Paulo Solmucci. 

Tony Sousa, presidente da Abrasel em Pernambuco, salientou que o encontro teve como objetivo profissionalizar empresários e contribuir para a criação de melhores ambientes para fomentar negócios, explorando assuntos de grande interesse para o setor de alimentação fora do lar. 

Tony também lembrou que a edição de 2023 colocou novamente o Estado de Pernambuco na rota das reuniões nacionais. Desde 2012, quando Porto de Galinhas recebeu o evento, o Estado estava fora do radar nacional nas atividades presenciais.


Marcela Soares em apresentação na Arena Gastrô


Créditos e apoiadores do encontro

O "38º Encontro Nacional Abrasel" contou com o apoio institucional do Governo Federal, Governo de Pernambuco, Prefeitura do Recife, Empetur, Secretaria de Turismo e Lazer do Recife, Banco do Nordeste, Porto Digital, Adepe, Sebrae e Senac. Entre os patrocinadores locais, a Spaten, Praso, Tramontina, Pitú e Rappi. No patrocínio nacional, a Ambev, Bat e Sodexo.

Também apoiaram o evento a Nestlé Professional, o Museu Cais do Sertão, Dam, Cocada Moreninha, Vinhedos do Vale do São Francisco, Dona Chita Bolo de Rolo, Macropac e Atacamax.



Vinhedos do Vale do São Francisco



Saiba Mais

Confira a programação completa do encontro, temas abordados nas palestras e participantes das oficinas temáticas no espaço gastrô.
Visite o site oficial no link abaixo:




Produções gastronômicas da Chef Anna Corinna em aula na Arena Gastrô




*Conteúdo colaborativo - Verbo Assessoria / Coluna Web Gourmet

Fotos - Eduardo Gazal

segunda-feira, 13 de março de 2023

Festival Recife Love Burger 2023 - Sétima Edição

Conheça, participe e vote no seu hambúrguer favorito. 



O evento gastronômico pensado para movimentar o segmento dos Burgers terá início no dia 14 de abril e seguirá até o dia 14 de maio. 

Nesta edição o festival contará com 30 dias e, como aconteceu em edições anteriores, receberá participantes distribuídos entre as cidades da Região Metropolitana do Recife. 

Para atrair o público, os Chefs apostam na criatividade das novas receitas de hambúrgueres. 


Criação do Hotel Ibis Boa Viagem para o evento de 2021

Capacitação

A organização do festival vai promover um encontro com os responsáveis pelos estabelecimentos participantes no dia 10 de abril. Acontecerá com o apoio do Sebrae.

"O festival promete ajudar o setor das hamburguerias, aumentando as vendas, gerando competitividade e envolvendo o público para escolher os melhores endereços para se comer um bom hambúrguer", salienta Júlio Samico, produtor do evento.


Votação

A votação segue o modelo da ultima edição. Será utilizado o voto via o QR Code impresso nos encartes dos cardápios dos Burgers . Também terá um time de jurados que visitará cada um dos estabelecimentos, avaliando itens como sabor, apresentação, harmonização dos ingredientes, atendimento aos clientes, limpeza e os protocolos de segurança. 




A organização do festival está agendando novas inscrições.

Anote o canal de comunicação:

E-mail: recife@loveburgerfestival.com.br


Conteúdo colaborativo - Coluna Web Gourmet / Festival Recife Love Burger

Foto - Eduardo Gazal
Artes - Festival Recife Love Burger

segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Pedrosa Cachaçaria, destaque no Mercado de Boa Viagem

Localizada em Recife, no Mercado de Boa Viagem, tradicional ponto de compras do bairro, a cachaçaria atende aos moradores e turistas que frequentam diariamente o local.



Após várias mudanças, a casa se transformou em referência quando falamos em cachaças especiais e artesanais. 

Acaba de receber uma série de reformas estruturais. Um visual moderno e muito atraente, contrastando com o antigo box, típico dos mercados públicos, chama atenção das pessoas. As embalagens e garrafas expostas em suas vitrines receberam uma valorização especial.

Mário Ribeiro, proprietário da cachaçaria


Atualmente a casa oferece aos clientes aproximadamente trezentos rótulos de aguardentes e cachaças artesanais provenientes de dezoito Estados do Brasil. 



A variedade, com certeza, agradará aos consumidores e os preços do nosso destilado possibilitam experiências de compras para todos os bolsos. Existem opções de cachaças comercializadas entre R$ 11,00 até R$ 800,00. A casa receberá novas encomendas, a ampliação dos itens para venda já está programada.


Triumpho, marca tradicional de Pernambuco


Salinas, marca tradicional de Minas Gerais


Diversidade



A foto acima apresenta um pouco da diversidade de rótulos, procedências e utilização de madeiras para armazenamento e envelhecimentos do nosso destilado. Veja algumas diferenças:

- Aguardente Rainha: Produzida em Bananeiras, Estado da Paraíba, desde 1877.

- Cachaça Orgânica Primavera: Produzida por H. Weber & CIA. Ltda. em Ivoti, Estado do Rio Grande do Sul. Armazenada em barris de Cabriúva.

- Cachaça Saliníssima: Produzida em Salinas, Minas Gerais, desde 1955. Armazenada em tonéis de Bálsamo.

- Cachaça Famosinha de Minas: Armazenada em tonéis de Amburana. Produzida no Estado de Minas Gerais.

- Cachaça Gatinha: Produzida no Estado do Paraná. Armazenada em blend de madeiras especiais.

- Cachaça Maribondo: Produzida no Estado Paraíba, armazenada em tonéis de Freijó por três anos.


Serviço

Pedrosa Cachaçaria - Mercado de Boa Viagem



Avenida Conselheiro Aguiar, 4834 - Box 214
Boa Viagem - Recife - PE
CEP - 51.021-020

Fone: 81 9.9739-3000
Instagram: @pedrosacachacaria
E-mail: pedrosacachacaria@gmail.com


Fotos: Eduardo Gazal

*Conteúdo inadequado para menores de 18 anos.


sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Lançamento do livro Um Banquete Tropical: Temas da etnoalimetação

 "Um Banquete Tropical", livro de Raul Lody, será lançado no dia 26 de novembro.



Estamos aguardando o momento do lançamento do livro e, com imenso prazer, disponibilizamos o Prefácio da publicação, escrito por Maria de Lourdes de Azevedo Barbosa. Confira:

Raul Lody é uma enciclopédia; este livro – que comemora seus cinquenta anos
de atividades como escritor –, um verdadeiro banquete nos trópicos. A cada
artigo / capítulo, ele nos ensina alguma coisa. Muita coisa. Ou nos relembra
conhecimentos que já tínhamos, mas lhes dando conteúdo ou contexto novo,
em muitos casos, surpreendente. Fiquei matutando sobre como eu poderia
escrever o prefácio de um livro com tais qualidades que não fosse apenas um
desfilar de elogios, que ele merece, mas que tivesse também outra utilidade,
além da exclusivamente laudatória.

Parti de uma hipótese: tendo de absorver tantas informações, o leitor talvez
pudesse ser ajudado por uma classificação dos temas abordados no livro.
Consegui identificar sete desses, talvez, os mais recorrentes: (1) Comidas e
Identidade Nacional ou Regional, (2) Comidas e Significados Culturais, (3)
Gastronomias da Modernidade, (4) As Frutas da terra ou que se tornaram da
terra, (5) Alimentos Elaborados, (6) Doces, Bolos e Bebidas, (7) Cozinha e
Utensílios. Não se trata de uma taxonomia exaustiva; menos ainda da única
possível. Mas o exercício me possibilitou pôr a cabeça em ordem ao refletir
sobre o livro.

Lody não teve essa preocupação classificatória: os capítulos foram escritos um
por um – possivelmente, para serem publicados em jornais ou blogs –, sem se
submeterem a um plano lógico ou a uma ordem predeterminada. Está ótimo,
assim. Mas, talvez, enriqueça a apreciação dos leitores ver realçados aqueles
que me parecem ser alguns dos principais temas de um Banquete tropical.
Realçados e exemplificados com passagens extraídas desse livro tão 
interessante. (As frases entre parênteses são os títulos dos artigos / capítulos
de onde foram tiradas as citações, algumas dessas levemente editadas.)


Comidas e identidade nacional ou regional

“O açúcar adoçou tantos aspectos da vida brasileira que não se pode separá-lo
da civilização”. (Açúcar: uma civilização nacional). “A cachaça encarna um
sentimento nacional. O sentimento do brasileiro”. (Cachaça: uma bebida
sagradamente profana). “O feijão é um dos grandes argumentos que faz o
brasileiro se reconhecer como brasileiro”. (A civilização do feijão).
“São muitas, tantas, e sempre criativas, as maneiras de se comer sardinhas. A
Portugal chegaram os ingredientes do mundo. Da Ásia, da África e das
Américas. Mundializado, Portugal proporcionou os encontros entre o Oriente e
o Ocidente. Também marcou o mundo com a sua culinária. E a sardinha, sem
dúvida, como o bacalhau, dão identidade à mesa portuguesa, em qualquer
lugar”. (Sardinha no pão).
“Sem dúvida, o açaí é identidade da Amazônia, uma identidade tão intensa
quanto o gosto pela farinha de mandioca e pelos muitos produtos que fazem a
mesa tradicional da região”. (Açaí: para beber a Amazônia). “[O caldo de cana]
é uma permanência histórica e memorial da colonização oficial portuguesa que
buscou e encontrou no açúcar a grande base e o principal fundamento para a
ocupação”. (O caldo da cana de açúcar).
O feijão manteiguinha de Santarém “é amazônico e se integra a outros
ingredientes que fazem a base da identidade das cozinhas do Norte. Tem
sabor, forma, cor, textura, e uso culinário peculiar. Ele faz parte da
compreensão do comer amazônico”. (Feijão do Norte: feijão manteiguinha de
Santarém). “O papangu encontra-se principalmente numa cidade de
Pernambuco chamada Bezerros. O angu feito à base de milho é um exemplo
do que comiam os africanos em condição escrava”. (Papangu: o personagem-
comida)


Comidas e significados culturais

“O conceito do sabor é aliado ao do prazer. É a busca do gosto gostoso. Pois
não é comer para encher a barriga e se sentir saciado. É comer para se fazer
comentários sobre o tempero, sobre a qualidade da carne-seca, sobre o feijão
preto”. (Feijão magro & feijão gordo). “Sempre se valorizou muito as carnes.
São memórias ancestrais dos caçadores”. (O mito da feijoada). “Todo o
alimento que contém carne reativa o comportamento ancestral do homem.
Talvez esteja aí uma das causas do sucesso do hambúrguer”. (The power of
hamburger)
“Nada mais saboroso, dionisíaco, prazeroso do que um honesto, suculento,
grossinho caldinho de feijão. (Caldinho de feijão: do copo à boca). “Comer bem,
quando se refere ao feijão, é o mesmo que comer em quantidade, pois certas
comidas só são verdadeiras quando se come com o sentimento de gula”.
(Venha comer um feijão!)
“Como, logo existo. Comer é um conjunto de sentidos e de sentimentos que se
juntam para fazer um diálogo simbólico entre o corpo e mundo”. (Venha comer
um feijão!). “Comer caruru é uma experiência de corpo inteiro. É necessário
sentir o gosto do dendê além da boca; o dendê que toca a pele, o quiabo que
enche a mão junto ao bolo com farofa, e ainda um bom pedaço de galinha;
misturando-se também pipoca, rolete de cana, culminando tudo isso num gole
generoso do aluá”. (É tempo de quiabo)
“Há um princípio gastronômico dos Iorubá de harmonizar, nos cardápios
tradicionais, pratos muito condimentados com pratos insossos. Isso marca
estilos e identidades das cozinhas regionais afrodescendentes no Brasil. O
vatapá, por exemplo, deve ser acompanhado por arroz preparado na água e
sal; ou, tradicionalmente, o acaçá branco, insosso, feito de milho branco ou
arroz”. (Ebô: o gosto do milho branco).


Gastronomias da Modernidade

“Há muito a comida nas lanchonetes, nas praças de alimentação e noutros
locais dos nossos aeroportos é um exemplo vivo do império da comida-plástica.
(...) O aeroporto é um lugar de passagem, de gente apressada. E a comida tem
de ser rápida. Diga-se: rápida em preparo e em serviço. Contudo, o sabor é um
direito inalienável do homem”. (Sanduíches aéreos: nos aeroportos e a bordo).
“Este emblema que é a salsicha [na origem, a salsicha de Frankfurt] integra um
dos símbolos nacionais do império ianque na forma de hot-dog. Com os norte-
americanos nasce uma verdadeira civilização do sanduíche, a partir da
Segunda Grande Guerra. O sanduíche é um sinal do sem-tempo da
Modernidade. Ele é só para encher a barriga da máquina humana”. (A
globalização da Salsicha Frankfurt – o hot-dog)
“A comida, a cozinha, o restaurante, ganham um crescente glamour
hollywoodiano que faz dos chefes ídolos da sociedade contemporânea. Um
fenômeno que merece ser olhado nesses contextos globalizados da fome
invadindo regiões de um mundo que fica cada vez mais gordo”. (Para falar de
gula). “Certamente, entre duas fatias de pão pode caber um universo de
sabores”. (Pão com carne). “– Me dá um Bauru! Próximo e certamente gostoso
é o tão celebrado, e nacionalmente conhecido, sanduíche Bauru”. (Sanduíche
Bauru).
“Se há alimento marcado pela modernidade é a alface. Verdadeiro símbolo de
dietas anoréxicas. Comer uma folhinha de alface é não comer nada ou comer
quase nada”. (A face da alface). “Cachorros vadios, da mais alta elite vira-lata,
ficam olhando, vigiando, acompanhando o freguês, verdadeiro dono do galeto.
Por isso, chama-se televisão de cachorro essa churrasqueira que faz os
cachorros sonharem; não apenas os cachorros”. (Televisão de cachorro)


As frutas da terra ou que se tornaram da terra

“Nada melhor e paradisíaco do que uma água de coco no seu frescor natural,
tomada na própria embalagem, arredondada e verde”. (A tão celebrada
cocada). “O nosso coco verde vem da Índia, passando antes pela África
Oriental, África Ocidental, de Cabo Verde e Guiné, entrando no Brasil pelo
litoral Atlântico, fixando-se no Nordeste”. (Do Reino, da Costa e da Terra)
“Manga, jaca, fruta-pão e carambola, entre outras, vêm do Oriente; caju,
pitanga, graviola, mangaba, pitomba e o cupuaçu são frutas da terra,
convivendo nas nossas mesas em forma de sucos, doces em calda, sorvetes,
tortas”. (Do Reino, da Costa e da Terra). “Comer ou chupar manga reveste-se
em um ritual que se inicia na escolha olfativa da fruta, que certamente seduz o
usuário pelo perfume da terebintina”. (O Cão chupando manga).
“O caju faz esse brasão do país tropical. Ele é nativo da Mata Atlântica, dá
perto do mar e é bonito de se ver florido, repleto de cores, bom de comer-se
também verde, o chamado maturi, como moqueca com dendê e temperos, uma
delícia!” (Abacaxi & caju). “O caju é fruta da terra; fruta brasileira do litoral. – O
perfume. Ah! O perfume é um convite para se sentar à base do cajueiro e
comer ou chupar muito caju”. (Caju: o vinho e a cajuína).


Alimentos elaborados

“Sem sal e tendo por base a mandioca, são feitos alimentos (como a farinha e
o tucupi, líquido também extraído da mandioca) que fazem a estrutura geral de
uma cozinha ameríndia, combinando-se caças, peixes, quelônios, frutas e
ervas”. (Do Reino, da Costa e da Terra). “Em Belém, as vendedoras de tacacá
seduzem seus fregueses com as cuias transbordantes de goma, de camarão e
outros ingredientes, dispostos em mesa ou banca”. (A feliz conjugação do
verbo comer).
“O lelê de milho é feito com milho-vermelho picadinho, açúcar, leite de coco,
raspas de coco, canela e cravo-da-índia. Alguns acrescentam sumo de limão”.
A massa é enformada, e se come como bolo. (Lelê de milho: entre a casa e o
sagrado). “Abadô que, em língua iorubá, significa milho, é também o nome da
comida ritual do orixá Iemanjá, a mãe-peixe que representa os mitos da criação
do homem e as águas. O abadô é feito de milho branco (...) temperado com
camarões e azeite de dendê”. (Abadô: milho de Iemanjá).
“Comemorar o Divino Espírito Santo é seguir em muitas localidades do Brasil
banquetes comunais para milhares de pessoas. Aqui, aparecem o arroz, ou o
arroz-de-carreteiro, aquele acrescido de charque, muita carne de boi cozida ou
como churrasco, além dos doces, como o de leite, de mamão, de abóbora, de
batata entre muitos outros”. (A festa começa pela boca).


Doces, bolos e bebidas

“Fazer doce é semelhante ao fazer renda, ao fazer bordados. É um sentimento
de busca pela receita excepcional, pela maior e melhor elaboração dos
ingredientes, das caldas, das texturas únicas, e por isso secreta”. (O tempo do
doce). “É o nosso tão querido e estimado arroz doce. Sobremesa do cotidiano,
comum, às vezes enriquecida com leite de coco, raspas de limão, gemas de
ovos; e, muita, muita canela para enfeitar o prato, e, também, para dar gosto e
cheiro”. (Roz Bil Halib).
“O bolinho de estudante é um doce feito de tapioca, coco, açúcar e canela,
sendo a maior habilidade o trabalho de manipular a massa, de dar com o
punho o movimento que faz com que ele seja conhecido como feito a punho.
Na Bahia, todos o chamam de punheta, (...) um dos mais comuns e frequentes
integrantes do cardápio exposto no tabuleiro da baiana de acarajé”. (Um doce
feito a punho).
“O xequetê é preparado artesanalmente com cravo, canela, erva-doce,
amendoim e castanha de caju. A esse conjunto de ingredientes é acrescida a
cachaça com açúcar, limão e pitanga, na forma tradicional de se fazer o bate-
bate. Todos esses ingredientes ficam em processo de maturação por um
período de três dias, para apurar o gosto. Aí, está pronta a bebida de festa que
é servida em pequenas doses, pois, tem a fama de ser forte e quente, e
justamente por isso é também chamada com o nome sugestivo de levanta a
saia”. (Xequetê: uma bebida multicultural)





Cozinha e utensílios

“Mundo tradicionalmente da mulher, a cozinha garante o poder pela boca, pela
sedução dos pratos, pois a estética gastronômica é fundamental para que de
início se coma com os olhos, em seguida, sinta-se o aroma, depois
identifiquem-se os alimentos e, finalmente, celebre-se com o paladar, o prato.
Assim, come-se plenamente, de corpo inteiro. Os rituais à mesa, são rituais que aproximam, favorecem trocas e sociabilidades”. (Utensílios, cozinhas & mesas).
“Tão importante quanto a escolha dos ingredientes, dos temperos e do
conhecimento das receitas é o conjunto de utensílios usados para transformar
os alimentos e servi-los”. (Utensílios, cozinhas & mesas). “A colher de pau está
sendo descriminada em prol de um sentimento de segurança alimentar,
desconsiderando a memória culinária e patrimonial deste utensílio
indispensável à cozinha, um símbolo do bem comer. Assim, devem ser
relativizadas essas campanhas que atribuem um valor negativo, anti-higiênico,
para esse utensílio”. (Rabo-de-Macaco: o gosto doce do jenipapo)


Se preparem, o banquete vai começar...
Sentem-se à mesa, ou comam em pé nas ruas, nos aeroportos e lanchonetes
de fast-food, ou sentados sobre tapetes, mas sempre com Raul Lody. Jamais
perderão o apetite, pois com ele o banquete é mais saborosamente prazeroso.
Aproveitem essa delícia de livro.




O livro apresenta ilustrações que foram especialmente realizadas pelo autor.



Bate-Papo

Durante o evento está programada uma conversa com o autor e a empresária/pesquisadora Lourdes Barbosa (Doutora e Mestre em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco; Ex-coordenadora e professora dos cursos de Graduação e Pós-Graduação em Hotelaria e Turismo da UFPE; Pesquisadora sobre o tema: Gastronomia da Amazônia; Proprietária da Mercearia do Pará).


Serviço

"Um Banquete Tropical", será lançado oficialmente no dia 26 de novembro.

Publicação: Cepe Editora / 2022


Local: Mercearia do Pará - Gastronomia e produtos alimentícios da Amazônia 

Rua Olímpio Tavares, 110 - Casa Amarela - Recife - PE

26 de novembro / 2022

10:30 às 12:00h

Instagram: @merceariapara 


Conteúdo colaborativo: Raul Lody / Coluna Web Gourmet

Fotos e arte: Raul Lody / Divulgação